Estimulação Magnética Transcraniana

A EMT/TMS é viável para fraqueza funcional do membro

Por Amit Akirov, MD
 

A estimulação magnética transcraniana (EMT/TMS) do limiar supra motor para o córtex motor primário (M1) é uma opção de tratamento segura, aceitável, eficiente e potencialmente eficaz para a fraqueza funcional dos membros, de acordo com os resultados do estudo publicado no BMJ Open.
 

Embora estudos anteriores tenham explorado a EMT/TMS como uma estratégia de tratamento potencial para sintomas motores funcionais, existem dados limitados sobre a eficácia da EMT/TMS em melhorar os sintomas motores e o protocolo ideal. O objetivo deste estudo foi determinar a viabilidade de um novo protocolo EMT/TMS controlado para o tratamento de pacientes com fraqueza funcional dos membros.
 

Este estudo duplo-cego, randomizado e controlado incluiu pacientes com pelo menos 18 anos de idade com diagnóstico de fraqueza funcional dos membros e sintomas motores, definidos por fraqueza funcional de pelo menos um membro. Pacientes com contraindicações para EMT/TMS ou tratamento prévio com EMT/TMS foram excluídos do estudo.
 

Os participantes foram designados aleatoriamente para receber EMT/TMS de pulso único para M1, incluindo estímulos acima do limiar motor em repouso (tratamento ativo) ou para receber EMT/TMS de pulso único para M1, abaixo do limiar motor em repouso (tratamento inativo). Ambos os grupos tiveram 2 sessões de emt/TMS, separadas por cerca de 4 semanas.
 

A amostra do estudo incluiu 21 pacientes elegíveis que consentiram em participar do estudo, incluindo 10 (idade média, 38 anos; 8 mulheres) no grupo EMT/TMS ativo e 11 (idade média, 41 anos; 10 mulheres) no grupo EMT/TMS inativo. Todos os pacientes compareceram à primeira sessão de tratamento com EMT/TMS. 5 pacientes, entretanto, não compareceram à segunda sessão e nenhuma dessas instâncias teve relação direta com a natureza da intervenção.
 

As taxas de recrutamento e retenção foram aceitáveis e apenas 2 (10%) pacientes não conseguiram completar a visita de acompanhamento. A experiência geral dos pacientes foi boa, pois a maioria deles (76%) relatou que estava “um pouco” ou “muito” satisfeito com o estudo. Houve classificações mais altas, no entanto, no grupo inativo do que no grupo de tratamento ativo (92% vs. 60%, respectivamente).
 

As melhorias dos sintomas avaliados pelos pacientes foram mais aparentes imediatamente antes da sessão 2 de EMT/TMS, pois 67% dos pacientes no grupo ativo e 20% daqueles no grupo inativo descreveram seus sintomas como “muito melhores” (delta de Cliff = -0,35; 95% CI, -0,73 a 0,19). As melhorias ainda eram evidentes imediatamente após a sessão 2 de EMT/TMS. Além disso, no acompanhamento de 3 meses, 44% dos pacientes no grupo ativo e 20% daqueles no grupo inativo relataram que seus sintomas tinham “melhorado muito” (delta de Cliff = -0,2; IC de 95%, -0,6 a 0,28).
 

Houve uma variabilidade considerável nos tamanhos de efeito para os desfechos secundários avaliados no estudo; como resultado, as evidências não puderam ser interpretadas de forma conclusiva.
 

O estudo teve várias limitações, incluindo o impacto potencial de intervenções adicionais usadas no estudo e evidências de melhora nos sintomas em ambos os grupos antes da primeira sessão de EMT/TMS. Este último sugeriu que a melhora observada no estudo pode ser decorrente do curso natural do distúrbio.
 

“Os resultados sugerem que o pu [pulso único] de EMT/TMS para M1 ativo (limiar supra motor) é um tratamento seguro, eficiente, aceitável e potencialmente eficaz para fraqueza funcional dos membros, levando a melhorias nos sintomas essenciais e em outros domínios de resultados potencialmente importantes”, concluíram os pesquisadores do estudo.
 

Referência
Pick S, Hodsoll J, Stanton B, et al. Trial Of Neurostimulation in Conversion Symptoms (TONICS): a feasibility randomised controlled trial of transcranial magnetic stimulation for functional limb weakness. BMJ Open. Published online October 6, 2020). doi:10.1136/bmjopen-2020-037198
 

Tradução livre e adaptação do texto original em inglês do site Neurology Advisor
Publicado em 24 de novembro de 2020.