Como a EMT atua no alívio da depressão?

Como a EMT atua no alívio da depressão?

Por Allison Forsyth
 

A estimulação magnética transcraniana (EMT) é um tratamento aprovado pelo FDA para a depressão. Um psiquiatra local explica como ela atua.
 

A estimulação magnética transcraniana ou EMT, pode parecer intimidante, mas na verdade é um tratamento não invasivo aprovado pelo FDA, usado para aliviar os sintomas de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Pacientes que experimentaram medicamentos psicotrópicos sem alívio são elegíveis para este tratamento, que reativa partes do cérebro que foram afetadas por episódios depressivos.
 

Embora o tratamento já exista há mais de 10 anos, os centros de saúde mental agora estão tornando-o mais amplamente disponível. Uma das instalações é o Greenbrook EMT Neurohealth Centers, que possui vários locais nos Estados Unidos, incluindo três na área de Sarasota-Manatee.
 

A Dra. Rebecca Cohen, uma psiquiatra credenciada com prática privada, trabalha com a Greenbrook para fornecer EMT à pacientes resistentes ao tratamento. Ela explica o tratamento em detalhes e como isso impacta positivamente os pacientes.
 

O que vem a ser EMT?
“A EMT é um tratamento de estimulação cerebral que usa a mesma tecnologia encontrada nas ressonâncias magnéticas, utilizando um campo magnético direcionado, enviando pulsos aos neurônios nas partes do cérebro afetadas pela depressão e transtorno obsessivo-compulsivo”, diz Cohen. “Esta estimulação consistente ao longo do curso de tratamento de seis semanas leva a uma melhora nos níveis de energia, humor, motivação e perspectiva geral da vida dos pacientes”.
 

E como a EMT atua?

Em alguns aparelhos, é utilizado uma raquete que contém uma bobina de cobre que é colocada na parte frontal esquerda do couro cabeludo. Há também outros modelos onde se utiliza um capacete com a bobina acoplada. Ambos funcionam da mesma forma, enviando pulsos ao tecido cerebral localizado no córtex pré-frontal lateral dorsal esquerdo, seja, a região do cérebro que está associada à regulação do humor e à depressão.
 

Durante uma sessão de 18 minutos, os pacientes sentirão apenas uma leve sensação de batidas no couro cabeludo. Os pacientes ficam conscientes durante o tratamento e podem assistir TV, ouvir músicas ou conversar com a equipe durante o tratamento. Após a sessão, eles podem continuar com a sua rotina diária.
 

Quanto tempo dura um curso do tratamento?

Os pacientes são atendidos cinco dias por semana, durante um período de quatro a seis semanas. A cada semana, os pacientes recebem uma pesquisa que rastreia seus sintomas e mudanças de humor ou comportamento. Cohen diz que os pacientes geralmente percebem uma melhora nas primeiras três semanas.
 

“Os sintomas físicos geralmente são os primeiros a melhorar, como níveis de energia e padrões de sono aprimorados”, diz Cohen. “Ocasionalmente, no início do curso do tratamento, mas frequentemente nas últimas três semanas de EMT, você deve ver uma melhora dramática e elevação do humor. Tive pacientes que retornaram às atividades que amam porque se sentiram motivados e alegres novamente”.
 

Se os pacientes experimentarem outro episódio depressivo após o primeiro tratamento EMT, Cohen diz que eles têm 84 por cento de chance de responder bem ao tratamento novamente. Você também pode receber tratamentos de manutenção.
 

Quais são os efeitos colaterais da EMT?

Cohen diz que o efeito colateral mais comum é a irritação do couro cabeludo ao ver a bobina de cobre. Alguns pacientes podem sentir dor de cabeça ou vertigens após uma sessão.
 

“Esses efeitos colaterais tendem a ser leves em comparação com os efeitos colaterais problemáticos que muitos pacientes experimentam enquanto tomam medicamentos”, explica Cohen. “Os medicamentos psiquiátricos tradicionais funcionam bem para muitas pessoas e ajudam a salvar suas vidas, mas nem sempre são a melhor opção para todos”.
 

A EMT é o mesmo que terapia de eletrochoque?

Há um equívoco de que a EMT é o mesmo que terapia de eletrochoque, mas eles são diferentes, diz Cohen. A terapia de eletrochoque envolve colocar o paciente sob sedação e induzir convulsões leves com eletricidade. A EMT não utiliza sedativo e usa tecnologia de ressonância magnética e estimulação eletromagnética (não eletricidade) para enviar pulsos ao cérebro. Isso o torna mais acessível com menos efeitos colaterais.
 

Como é cobertura das seguradoras nos EUA?

Nos Estados Unidos, a EMT é coberta pelas seguradoras para aqueles diagnosticados com depressão resistente ao tratamento ou transtorno obsessivo-compulsivo. “A maioria das seguradoras apoiará esse tratamento quando alguém demonstrar um histórico de dois a três testes de medicamentos com falhas, o que também pode incluir falta de tolerabilidade”, diz Cohen.
 

São necessárias outras mudanças no estilo de vida além do tratamento com EMT?

“Eu digo a todos os pacientes para não esperar que a EMT conserte tudo”, diz Cohen. “Eu também os incentivo a fazer esforços comportamentais para envolver seu cérebro em algo prazeroso durante o curso do tratamento para ajudá-los a seguir em frente”. Ela recomenda terapia cognitivo-comportamental, mudanças no estilo de vida, como criar rotinas de sono, exercícios e dieta adequada, evitar o uso de drogas recreativas e álcool, além de EMT.
 

“Quando você está se recuperando da depressão, precisa cuidar de si mesmo, cercar-se de pessoas que o façam sentir-se bem e se envolver em hobbies de que goste, para avaliar melhor como os tratamentos estão funcionando”, diz ela.
 

Tradução e adaptação livre do texto original em inglês do site Sarasota Magazine
Publicado em 29 de setembro de 2021.