EMT: Alternativa científica para tratar depressão sem prejudicar a libido
Por TMS Brasil. Maio, 2025.
O impacto dos antidepressivos na função sexual
Antidepressivos das classes dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e dos inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) promovem melhora significativa dos sintomas depressivos e ansiosos, mas até 60% dos homens relatam efeitos colaterais sexuais, como diminuição do desejo, disfunção erétil e atraso na ejaculação1, 2. Esses efeitos podem levar à interrupção prematura do tratamento, recaída dos sintomas e prejuízo da qualidade de vida.
O que é EMT e como funciona
A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma técnica não invasiva que utiliza pulsos magnéticos para modular a atividade de circuitos neuronais associados ao humor. Aplicada sobre o córtex pré-frontal dorsolateral, a EMT induz correntes elétricas capazes de promover neuroplasticidade e equilíbrio de neurotransmissores como dopamina, serotonina e noradrenalina3.
Protocolos típicos:
- Sessões de 20–30 minutos
- Frequência de 10–20 Hz (alta frequência)
- Aplicação de 3 a 5 vezes por semana
- Curso inicial de 20 a 30 sessões
Em geral, pacientes começam a notar melhora nos sintomas de depressão e ansiedade entre a segunda e a quarta semana de tratamento4.
Evidências de eficácia
Vários ensaios clínicos randomizados demonstram que a EMT é superior ao placebo (“sham”) no alívio dos sintomas de depressão resistente ao tratamento.
- O’Reardon et al. (2007) mostrou que 30,4% dos pacientes tratados com EMT atingiram remissão, contra 14,6% no grupo controle5.
- Meta-análises indicam taxas de resposta que variam de 40% a 60% e remissão em até 30% dos casos6.
Vantagens da EMT para a função sexual
- Ausência de efeitos sexuais adversos: Como não envolve administração de fármacos sistêmicos, a EMT não altera os mecanismos periféricos de ereção e libido7.
- Não-invasiva e indolor: O paciente permanece acordado, sentado em cadeira específica, usando protetores auriculares para conforto.
- Segurança comprovada: A EMT é aprovada pela ANVISA (RDC 355/2014) e pelo FDA (2008) para depressão resistente ao tratamento, com baixa incidência de efeitos adversos leves, como dor de cabeça transitória ou desconforto no local de aplicação8.
Quem pode se beneficiar
- Homens com diagnóstico de depressão maior ou transtornos de ansiedade que apresentem efeitos colaterais sexuais com antidepressivos
- Pacientes que desejam evitar a polimedicação ou buscam opções não farmacológicas
- Indivíduos sem contraindicações, como histórico de epilepsia ou implantes metálicos na cabeça.
Como Agendar
Para iniciar seu tratamento:
- Avaliação prévia com psiquiatra especialista em neuromodulação.
- Plano personalizado de sessões, considerando histórico clínico e resposta individual.
- Monitoramento contínuo de sintomas e ajustes conforme necessário.
Agende sua consulta e descubra como a EMT pode tratar a raiz da depressão e da ansiedade, preservando sua vitalidade íntima.
Referências
1. Montejo AL, Llorca G, Izquierdo JA, Rico-Villademoros F. Incidence of sexual dysfunction associated with antidepressant agents: a prospective multicenter study of 1022 outpatients. Spanish Working Group for the Study of Psychotropic-Related Sexual Dysfunction. The Journal of Clinical Psychiatry [Internet]. 2001;62 Suppl 3:10–21. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11229449/
2. Baldwin DS, Foong T. Sexual side-effects of antidepressant and antipsychotic drugs. Adv Psychiatr Treat. 2007;13(5):373-379. DOI: 10.1097/YCO.0000000000000198
3. Lefaucheur JP, Aleman A, Baeken C, et al. Evidence-based guidelines on the therapeutic use of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS). Clin Neurophysiol. 2020;131(2):474-528. DOI: 10.1016/j.clinph.2019.11.002
4. McClintock SM, Reti IM, Carpenter LL, et al. Consensus recommendations for the clinical application of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS) in the treatment of depression. J Clin Psychiatry. 2018;79(1):16cs10905. DOI: 10.4088/JCP.16cs10905
5. O’Reardon JP, Solvason HB, Janicak PG, et al. Efficacy and safety of Transcranial Magnetic Stimulation in the acute treatment of major depression: a multisite randomized controlled trial. Biol Psychiatry. 2007;62(11):1208-1216. DOI: 10.1016/j.biopsych.2007.01.018
6. Berlim MT, van den Eynde F, Daskalakis ZJ. Clinician’s guide to repetitive transcranial magnetic stimulation: a systematic review of clinical efficacy for depression. Psychother Psychosom. 2013;82(1):35-49.
7. Carpenter LL, Janicak PG, Aaronson ST, et al. Transcranial magnetic stimulation (TMS) for major depression: a multisite, naturalistic observational study. J Clin Psychiatry. 2012;73(1)\:e28-e36.
8. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 355, de 10 de dezembro de 2014. Disponível em: www.gov.br/anvisa.