A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva e outros tratamentos para a depressão na gravidez
 

Em 2015, na reunião da Society of Biological Psychiatry, a pesquisadora Deborah Kim fez uma palestra sobre o uso da Estimulação Magnética Transcraniana repetida (EMTr) para mulheres grávidas que estavam com depressão. No tratamento com EMTr, uma bobina eletromagnética é colocada contra o lado da testa e pulsos magnéticos que conseguem penetrar pelo couro cabeludo são convertidos em pequenas correntes elétricas que estimulam os neurônios no cérebro. Kim havia concluído recentemente um estudo aberto sobre EMTr em mulheres grávidas, em que 70% das mulheres responderam a EMTr. Em outro estudo aleatório controlado de 30 mulheres (também feito por Kim), 75% responderam a EMTr ativa e 50% responderam a um procedimento simulado (falso). Nenhuma das mulheres incluídas teve problemas com o feto ou durante o parto.
 

A EMTr oferece uma alternativa às mulheres que estão relutantes em tomar antidepressivos durante a gravidez. Kim citou dados de Lee S. Cohen e colegas em que mulheres que tomam antidepressivos mostram uma taxa de recaída de 68% se pararem de tomar esses medicamentos durante a gravidez em comparação com uma taxa de recaída de 26% entre aquelas que continuam a tomar antidepressivos durante a gravidez. Preocupações com os efeitos potenciais dos antidepressivos sobre o feto tenham sido enfatizados demais. Kim resumiu a literatura sobre antidepressivos durante a gravidez, concluindo que existe uma preponderância de evidências de que os antidepressivos são seguros para a mãe e o feto, onde foram observadors poucos efeitos graves. Alguns pesquisadores estão preocupados com os riscos de hipertensão pulmonar persistente ou autismo entre descendentes de mulheres que tomaram antidepressivos durante a gravidez, mas estudos têm mostrado ser pequeno o risco absoluto em ambos os casos. Um novo estudo extenso e abrangente no qual a maioria dos SSRIs (Inibidores seletivos da recaptação da serotonina) não apresentou vínculo com defeitos congênitos, mas a fluoxetina e a paroxetina foram associadas a riscos de certos defeitos congênitos.
 

Nota do Editor: Para depressão leve durante a gravidez, o exercício e a psicoterapia podem ser ótimos, juntamente com folato e vitamina D3. Para depressão moderada, os ácidos graxos ômega 3 também podem ser úteis, mas parece que a EMTr é menos arriscada que a terapia eletroconvulsiva (ECT), que no passado foi uma recomendação típica para mulheres grávidas, mas que expunha o feto aos efeitos da anestesia e convulsão. Em seu resumo Kim recomendou que as mulheres com um padrão de depressão recorrente continuem com o tratamento antidepressivo, especialmente porque a própria depressão da mãe coloca riscos não fatais para o feto.
 

Tradução livre extraída do texto original em inglês do site Bipolar Network News

Fonte: http://bipolarnews.org/?p=3376