A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no Tratamento de Fobia Social Associada à Depressão Refratária: Relato de Caso
Cohen, Roni Broder; Ferreira, Melina Silva
Centro Brasileiro de Estimulação Magnética Transcraniana – CBrEMT
INTRODUÇÃO
A Fobia Social quando associada à depressão tem uma resposta pior ao tratamento farmacológico. Essa comorbidade é agravada pelo alcoolismo, frequentemente presente nesses indivíduos que começam a fazer uso como tentativa de automedicação, tornando-se dependentes (Young, 2004). A incidência de suicídio e incapacitação social são elevadas nesse grupo, requerendo atenção dos profissionais de saúde. A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) tem sido extensamente estudada e recente meta-análise (Gross et al, 2007) demonstrou que o efeito antidepressivo é significativo se comparado à estimulação simulada (placebo). Relatamos o caso de um paciente com fobia social em comorbidade com depressão grave e alcoolismo, tratado pela EMT.
CASO
- Homem, 34 anos, solteiro, funcionário público, curso superior completo.
- Fobia social com início na adolescência que evoluiu para depressão maior refratária. Vários tratamentos com distintos fármacos e abordagens psicoterapêuticas fracassaram
- Quadro agravado há 5 anos devido dependência ao álcool.
- Três episódios de tentativa de suicídio, o último, poucos dias antes de iniciar o tratamento com EMT. Continuava com pensamentos de auto eliminação. Fazia uso de Paroxetina (40 mg/dia) e Clonazepam (4 mg/dia).
- Escores basais das escalas HAMD=19 e Beck=41.
MÉTODO
Foram aplicadas dez sessões de EMT (1Hz, 1600 pulsos/dia, 100% do limiar motor) sobre o córtex pré-frontal direito, sendo cinco sessões consecutivas seguidas de duas sessões na 2ª semana e uma sessão por semana até a 10ª sessão.
Feita uma aplicação final após 1 mês e reavaliação após 6 meses do término do tratamento.
RESULTADOS
Observou-se melhora clinica significativa e remissão completa ao término das 10 sessões: HAM-D (19 pré vs. 1 pós-EMT) e Beck (41 pré vs. 4 pós-EMT) (Gráfico 1).
Após 6 meses do término do tratamento o paciente encontrava-se assintomático e sem uso de medicações (HAM-D=2, Beck=1)
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DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
A EMT neste caso mostrou-se eficaz para tratamento de um paciente apresentando fobia social associada à depressão grave, refratário aos fármacos. Foi possível, assim, reintegrar o indivíduo ao contexto social.
Estudos com uma casuística maior são necessários para referendar nossos resultados.