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A EMT aumenta a memória de longo prazo em adultos mais velhos

Por Megan Brooks
 

Uma nova pesquisa mostrou que a estimulação magnética transcraniana de alta frequência direcionada às redes cerebrais do hipocampo do córtex pode melhorar a memória de longo prazo relacionado ao declínio da idade.
 

A perda de memória relacionada à idade se deve ao declínio da função da rede neural do hipocampo.
 

“Nosso estudo é o primeiro a mostrar que a função dessa rede neural pode ser melhorada em adultos mais velhos com a estimulação cerebral, levando à melhora da memória”, disse Joel Voss ao Medscape Medical, professor PhD associado da Feinberg School of Medicine, em Northwestern University, Chicago.
 

“Depois de receber estimulação cerebral, os adultos mais velhos com declínio de memória normal relacionado à idade tiveram um desempenho tão bom nos testes de memória quanto os jovens adultos na faixa dos 20 e 30 anos”, disse Voss.
 

O estudo foi publicado online em 17 de abril na Neurology.
 

Campo em alta

O novo estudo vem na esteira de um estudo publicado na revista Nature Neuroscience que mostrou que a estimulação transcraniana de corrente alternada (TACS) de curta duração (25 minutos) pode sincronizar ritmos cerebrais e melhorar o desempenho da memória de trabalho em adultos mais velhos.
 

Voss e colegas usaram EMT de maior intensidade de longo prazo, com sessões diárias consecutivas, para melhorar a memória de longo prazo (recordação).
 

Quinze adultos cognitivamente normais, com idade média de 72 anos; sendo 11 mulheres, participaram do experimento simulado cego controlado. Alvos EMT no córtex parietal foram determinados individualmente com base na conectividade fMRI com o hipocampo.
 

As memórias de recordação e reconhecimento foram avaliadas antes e depois de cinco sessões diárias consecutivas, com 20 minutos cada, de estimulação de intensidade total versus estimulação simulada de baixa intensidade usando um desenho de estudo crossover entre os indivíduos.
 

No início do estudo, a recordação (mas não o reconhecimento) foi especificamente prejudicada nos idosos em comparação com uma amostra controle de adultos jovens na faixa dos 20 anos.
 

Em relação ao simulado, a estimulação ativa levou a uma melhora “robusta” da lembrança e uma melhora “fraca” no reconhecimento em idosos na avaliação de 24 horas.
 

Em relação à linha de base, houve, em média, uma melhoria de 31% na recordação com estimulação, em comparação com uma mudança não significativa com placebo. Em contraste, houve uma melhoria não significativa de 2,8% no reconhecimento com estimulação, em comparação com uma alteração não significativa com placebo.
 

As melhoras induzidas pela estimulação na recordação foram “altamente consistentes” entre os adultos mais velhos no estudo e, após a estimulação, suas recordações já não diferiam significativamente da dos participantes mais jovens.
 

A recordação permaneceu significativamente elevada em um teste de acompanhamento de aproximadamente uma semana em relação ao início, mas não houve diferença significativa em relação ao placebo, “indicando que os ganhos significativos medidos em 24 horas não persistiram em relação ao placebo”, escreveram os autores.
 

Tradução livre e adaptação do texto original em inglês do site Medscape Medical News
Publicado em 19 de abril de 2019.