Disfagia Pós-AVC: estudo com EMTr tem resultados favoráveis como terapia eficaz

Disfagia Pós-AVC: estudo com EMTr tem resultados favoráveis como terapia eficaz

Por Maria Arini Lopez, via NeuroAdvisor
 

Tanto a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) quanto a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) reduziram os sintomas de disfagia após acidente vascular cerebral isquêmico agudo. No entanto, a EMTr foi o tratamento mais eficaz. Estas são as conclusões de um estudo publicado no Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases.
 

Entre os pacientes com AVC, 37% a 78% apresentarão disfagia pós-AVC. Isso pode levar à aspiração e aumento no risco de pneumonia associada ao acidente vascular cerebral. Em um esforço para reduzir o risco deste tipo de pneumonia, os tratamentos de AVC agudo são centrados na avaliação da disfagia, que se caracteriza pela dificuldade de engolir alimentos sólidos ou líquidos. Estudos anteriores sugerem que a EMTr e TENS podem ajudar a tratar as dificuldades de deglutição, mas não houve comparações diretas entre essas duas técnicas.
 

O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia da EMTr em comparação com o TENS no tratamento da disfagia pós-AVC.
 

Os pesquisadores conduziram um estudo randomizado, paralelo, comparativo e controlado de agosto de 2019 a agosto de 2020, examinando 143 pacientes tratados por acidente vascular cerebral isquêmico agudo no Departamento de Neurologia do Hospital Universitário Al-Zahraa da Universidade Al-Azhar, no Egito.
 

Os pesquisadores distribuíram aleatoriamente 45 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão do estudo em 3 grupos de 15 pacientes cada: o grupo EMTr, o grupo TENS e o grupo controle.
 

Todos os 45 pacientes apresentavam disfagia diagnosticada por um questionário de distúrbios de deglutição e validada com avaliação à beira do leito, seguido de avaliação endoscópica da deglutição por fibra óptica. Os pesquisadores obtiveram pontuações na escala de classificação de Yale na análise dos parâmetros de deglutição (YPRSRS) e na escala de penetração-aspiração (PAS) com base nos resultados da avaliação endoscópica da deglutição.
 

Os pacientes do grupo EMTr receberam tratamento diário por 10 minutos durante 5 dias consecutivos para o lado não afetado da área motora cortical para a musculatura da faringe, consistindo de 10 séries de estimulação de 5 Hertz por uma duração de 10 segundos com repetições a cada minuto. Os pacientes do grupo TENS receberam tratamento diário por 30 minutos durante 5 dias consecutivos para os músculos submentuais, consistindo em uma frequência de pulso fixa de 80 Hertz e duração de pulso de 700 µseg.
 

Após 5 dias de intervenção, os grupos EMTr e TENS demonstraram pontuações reduzidas no questionário de distúrbios de deglutição em comparação com o grupo controle (P<0.001). Além disso, a EMTr melhorou os sintomas de disfagia de forma mais eficaz do que o TENS (P<0.05) e manteve essas melhorias como evidenciado por melhores pontuações questionário de distúrbios de deglutição após 1 mês após o tratamento (P=0.004).
 

Após 1 mês, tanto a EMTr quanto o TENS diminuíram os escores PAS em comparação com o grupo controle (P=0.027). No entanto, os pacientes do grupo EMTr demonstraram escores PAS significativamente mais baixos em comparação com o grupo TENS (P<0.05).
 

Enquanto as intervenções com TENS e EMTr reduziram efetivamente os escores do YPRSRS em comparação com o grupo controle (P=0.009), os pacientes do grupo EMTr exibiram escores mais baixos de graus 1 (80%) e 2 (20%) após a intervenção, enquanto os pacientes no grupo TENS obteve notas mais altas 1 (46,7%), 2 (26,7%), 2 (13,3%) e 4 (13,3%) após o tratamento.
 

As limitações do estudo incluíram um pequeno tamanho de amostra e a configuração de um único centro que impactou a generalização, bem como a curta duração do acompanhamento.
 

“Os resultados do estudo mostraram que a EMTr de alta frequência e o TENS melhoraram efetivamente a condição clínica de pacientes disfágicos pós-AVC agudo em termos de distúrbio da deglutição avaliado pelo questionário de distúrbios de deglutição, na análise dos parâmetros de deglutição avaliado pelo YPRSRS e a severidade do evento de aspiração-penetração avaliado pelo PAS, em comparação aos controles”, afirmaram os pesquisadores. “Os resultados da EMTr de alta frequência foram mais favoráveis do que os do TENS em termos de questionário de distúrbios de deglutição e PAS”.
 

Referência:
Hammad AB, Elhamrawy EA, Abdel-Tawab H, et al. Transcranial magnetic stimulation versus transcutaneous neuromuscular electrical stimulation in post stroke dysphagia: A clinical randomized controlled trial. J Stroke Cerebrovasc Dis. Published online June 9, 2022. doi:10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2022.106554
 

Tradução e adaptação livre do texto original em inglês do site NeuroAdvisor
Publicado em 13 de julho de 2022.